“Desorganismo” será apresentado entre os dias 4 e 6
de novembro
O espetáculo que tem 14 atores, todos alunos do
quarto ano de artes cênicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), teve
sua pré-estréia na tarde de ontem no prédio de Artes Cênicas do Centro de
Educação, Comunicação e Artes (CECA) da UEL, atualmente ocupado pelos alunos do
curso.
A partir de hoje, sexta-feira, os alunos se
apresentarão na Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura da UEL, às 20h30min.
Produtos de limpeza e higiene pessoal estão sendo recolhidos na portaria do
evento, mas a entrada é gratuita, desde que o espectador retire uma senha no
local com uma hora de antecedência.
“Desorganismo” mescla relatos da infância com
depoimentos pessoais e sociais. O estudante João Henrique Schiavo relatou que
durante os ensaios surgiram questionamentos políticos e questões que
incomodavam o cotidiano e a partir de depoimentos as narrativas do espetáculo
foram sendo construídas. Schiavo ressaltou que o diretor da peça, Aguinaldo de
Souza, trouxe grupos como o La Pocha Nostra para servir de referência estética.
Serviço
Desorganismo
Entrada: Produto de limpeza ou
higiene pessoal
Data: 04/11 a 06/11
Horário: 20h30min
Local: Divisão de Artes Cênicas da
Casa de Cultura-UEL (Av. Celso Garcia Cid, 205)
Realização:
Departamento de Música e Teatro/ CECA/ UEL
Apoio:
Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura – UEL
Programa
Sobre o mundo e agora no mundo.
Potências guardadas nos olhos, histórias contadas,
revividas, desenhadas, desordenadas, sobre nós mesmos e sobre os hábitos de
toda uma espécie: As pessoas. Toda pessoa é um organismo. Um organismo é uma
forma individual composta de "estruturas" que interagem
fisiologicamente executando os diversos processos necessários à vida.
Ao compartilhar de um mesmo espaço, um grupo de
pessoas age tateando a possibilidade de uma harmonia não sistemática mas
orgânica, através de ações permeadas por relatos de lembranças que vão desde a
infância até ao que aconteceu ainda há pouco, mas que ressoam como um eco
urgente e estrondoso e atualiza a nós mesmos de quem somos e ao mesmo tempo
comunica aos outros. A revelação da identidade desvelando uma diversidade
orgânica e caótica. É como doar-se e doer-se na aceitação de que ser orgânico
não é ser ordenado de fora pra dentro, mas outra coisa que ainda pode ser
descoberta.
As pessoas vivem um estado eterno de relação com o
que acontece em derredor, e são capazes de se afetar com isso e de criar partir
disso. Por isso as crianças, são todas espontâneas, vivem sua criatividade
experimentando a imaginação no corpo. Mas cada uma é habitada por um adulto que
aos poucos vai tomando espaço. Conhecê-las é conhecer a estes adultos de
maneira mais sincera.
Ao seguir a direção apontada pelo dedo da criança desejando
compreender a poesia que habita os seus olhos, é possível observar entre jogos
e tombos, entre dores e maravilhas, o desconforto de saber que todo o passado
está guardado no presente e que o menor gesto inconsciente está carregado de
tudo o que não sabemos de nós.
Então um grupo de pessoas que optam pelo ato de
compartilhar suas histórias num espaço de arte...
Sabemos que somos todos animais dotados de uma arma
de sobrevivência, certa esperteza ou consciência criadora, mas é preciso algo
que nos retire do destino óbvio das normas e do nosso ser biológico. Ainda que
hoje estes adultos, homens e mulheres, busquem a leveza da infância, o mundo ao
nosso redor é uma sequência de golpes duros contra a subjetividade.
Será possível servir como espelho para dores como
as nossas e para as crianças em todos nós por meio da arte, esse outro processo
comum aos animais que somos?
Elenco:
Amarilis Irani, Beatriz Sitta, Danilo Neiva, Gabriel Yuri Kondo, Heloisa
Goulart, João Henrique Schiavo, José Henrique Silva, Luan Almeida Sales, Marco
Antônio Paixão, Marina Rodrigues Quesada, Murilo de Andrade, Paulo Vitor
Miranda e Rogério Francisco Costa.
ILUMINAÇÃO:
O Grupo
SONOPLASTIA:
Marco Antonio Paixão
COORDENAÇÃO:
Aguinaldo de Souza