SINOPSE
Annie (Geraldine Chaplin), Jean (Guy Bedos), Claude (Claude Rich), Albert (Pierre Richard) e Jeanne (Jane Fonda) são melhores amigos há mais de quatro décadas. Enquanto os dois primeiros e os dois últimos são casados, o do meio é um tremendo solteirão convicto, que não se cansa de aproveitar a vida. Quando a saúde deles começa a piorar e o asilo se apresenta como solução para um deles, surge a ideia de todos morarem juntos. Mas a novidade acaba trazendo a reboque algumas antigas experiências, que irão provocar novas consequências na vida de cada um.
CRÍTICA
Por Luiz Zanin

Cinco amigos – dois casais e um solteirão mulherengo – se conhecem há mais de 40 anos e começam a enfrentar os problemas da velhice. Uma das mulheres se descobre com câncer, e esconde a doença do marido, este já um tanto esclerosado. Outro casal vive numa casa muito grande e sente-se solitário, pois os filhos já se foram há muito tempo e os netos não encontram muita motivação para visitá-los. O solteirão emprega seu tempo – e dinheiro – em prol das prostitutas da vizinhança, até descobrir que seu coração e outras partes da anatomia já não respondem como antes.
O melhor de E se Vivêssemos Todos Juntos é o senso de humor com que trata de situações propensas ao drama. O humor não esconde a realidade. Olha para ela e a tempera de humanidade. Quando um deles se espanta de que em abrigos para idosos só se encontre gente velha, parece dizer o óbvio. Mas esse óbvio fica engraçado vindo de alguém que parece um tanto fora de foco. E, além disso, aponta para o fato desagradável de que muitas vezes essas veneráveis instituições se transformam em depósitos de pessoas dependentes.
Desses achados, e de outros, vive o filme. Como o da pessoa que deseja um caixão “mais alegre”para se enterrar, porque as cores dos tradicionais lhe parecem muito deprimentes. Lembra um pouco a personagem Zulmira, de A Falecida, de Nelson Rodrigues, cujo único sonho de vida era um enterro de luxo. Essa brincadeira um tanto fúnebre tem efeito de atenuar a meditação sobre a morte – inevitável em qualquer tipo de obra medianamente realista sobre o tema.
O que não torna E se Vivêssemos Todos Juntos um filme mórbido em momento algum. Pelo contrário, é muito mais um elogio à vida, que deve ser saboreada da melhor maneira possível, até o inevitável fim. Para isso, toca também num dos poucos temas verdadeiramente tabus da contemporaneidade – o sexo na terceira idade. A nossa hipócrita sociedade aguenta muita coisa, menos que os nossos velhinhos continuem a desejar, o que obviamente eles fazem até o fim.
Serviço
Cine Com- Tour (Avenida Tiradentes, 1241 - Londrina)
Sessões: diariamente às 16h e às 20:30h
Ingressos: R$12 e R$ 6 (meia)
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