quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Artista Plástica realiza oficina com alunos de Artes Visuais da UEL

Vânia Mignone busca abrir os horizontes de estudantes que estão se formando

Alunos do curso de Artes Visuais participam de oficina e ateliê de pintura com a artista Vânia Mignone

Artista plástica formada pela Unicamp, Vânia Mignone, foi convidada pela Divisão de Artes Plásticas (DaP) para realizar uma oficina com estudantes do curso de Artes Visuais da UEL. O bate-papo com a artista foi no espaço da DaP em que está sendo exposto o “Ateliê Permanente – oito cabeças e um burro”. Ela ainda realizou um ateliê de pinturas e desenhos para que os estudantes pudessem por em prática suas habilidades.

A conversa foi a respeito do tema “processos de trabalho”. Segundo Vânia Mignone, “para quem está terminando o curso é sempre interessante conhecer como outro artista faz [seu trabalho]”.

Vânia Mignone fala à respeito de processos de trabalho no meio artístico
Ela, que teve dificuldades em definir a maneira de trabalhar, afirma que “o aluno está na universidade para experimentar caminhos”. Portanto, seu intuito é explicar o modo como se organiza até chegar ao produto final, para ampliar o horizonte dos estudantes e fazê-los perceber que não há somente uma maneira de produzir. “Às vezes algo muito simples que a gente fala, abre uma oportunidade muito grande pra quem está começando”, diz.

A artista conta que sempre teve habilidade para desenhar o que via, de modo proporcional, acadêmico, e por isso, encontrava dificuldades em fazer trabalhos expressivos. Para ela, trabalhar com xilogravura no início de sua carreira, em 1994, colaborou para que retirasse de sua técnica “os refinamentos que tinha para conseguir fazer um traço mais expressivo”.

Hoje em dia, Vânia Mignone ainda trabalha com madeira (MDF), mas utilizando a pintura. Ela explica que é necessário que o artista conheça bem o material com que vai trabalhar. “Você precisa conhecer para poder usar as possibilidades dele [do material]. É um processo longo, pois o artista precisa se dedicar a isso”, afirma. E explica também que o artista não deve se prender a materiais caros, para que não tenha medo de utilizá-lo.

Danillo Villa, diretor da Divisão de Artes Plásticas, ressalta características importantes das obras de Vânia Mignone: “Tem sempre um detalhe que contra outra coisa, uma sobra de outra pintura, sobreposições. Às vezes ela pinta um objeto e sente falta de uma pessoa, então acrescenta e vai compondo a cena, moldando o trabalho”.

Danillo Villa, diretor da Divisão de Artes Plásticas, participou da oficina
A artista trabalha sem utilizar cadernos de anotações ou mesmo esboços. Segundo ela, seu trabalho surge da emoção. “Sento com o material e começo por algo que me dê vontade. Uma cor - pinto a superfície da madeira com uma cor - ou com um recorte, ou palavra, ou um número. Só para começar e ver que ideia e que emoção colocarei em cima da madeira”, explica.

Vânia Mignone questiona a influência que os avanços tecnológicos têm causado na produção artística. Segundo ela, muitos estudantes ficam presos a esses avanços e têm medo de procurar outras possibilidades para trabalharem. “Sempre gostei muito do desenho e da pintura. Embora eu utilize uma técnica tão antiga, ela representa o que eu vejo hoje em dia tanto quanto os meios mais modernos”, afirma.


Uma das pinturas da artista. Retirada de seu acervo digital.
Outras pinturas e informações sobre a artista: http://www.vaniamignone.com.br/


Texto e fotos: Pamela Oliveira

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