segunda-feira, 1 de abril de 2013

Diretora da Casa de Cultura/UEL conta as expectativas para 2013

Num bate papo com Magali Kleber, diretora da Casa de Cultura/UEL desde 2012, ela contou as expectativas para 2013. Mantendo os pilares já construídos em outras gestões, a diretora busca inovar para que a Universidade possa contribuir com o desenvolvimento da cidade de Londrina.


Casa de Cultura/UEL: Como é dirigir a Casa de Cultura/UEL em sua gestão?
Magali Kleber: Para gerir a Casa de Cultura, precisamos compreender sua singularidade. Seu aspecto institucional é extremamente importante para seu funcionamento e tem de ser impecável na forma [que é executado]. Os processos administrativos, como convênios com o Festival de Musica de Londrina, o Festival UNICANTO de Corais, o FILO, a própria OSUEL com a questão do espaço para apresentações e novas contratações, requerem muita dedicação e precisão. Eu sou muito ligada aos compromissos institucionais e entendo que se tratam de processos coletivos, por isso busco me dedicar integralmente. Só sei trabalhar assim.

Magali Kléber assumiu a diretoria da Casa de Cultura em 2012


CC/UEL: Quais questões na Casa de Cultura/UEL você considera importantes atualmente?

M.K: A questão maior é promover uma política cultural dentro dos preceitos do que é uma Universidade Pública hoje, pois temos muitos programas federais estimulando a cultura, tanto do ponto de vista de verbas quanto o de políticas consistentes, que se fundamentam numa visão de mundo mais aberta, uma visão cultural com bases antropológicas, que não hierarquiza as culturas. Isso tudo é um discurso atual. Temos que pensar em uma dinâmica cultural que promova tudo isso, que também esteja ligada à questão de inclusão e ao acesso, no sentido de que nossos espaços culturais também devam se universalizar. 

CC/UEL: Qual a importância do seu papel na Casa de Cultura/UEL?

M.K: Eu sou uma mediadora cultural e busco congregar minhas experiências e relações dentro dos limites da instituição. Para elaborar projetos é necessário conhecer esses limites, pois até se você deseja extrapolá-los, você tem que ter conhecimento. Como mediadora, eu percebo a importância da dimensão burocrático-jurídica, cultural e dos valores simbólicos [da cultura].
Nós da CC/UEL temos movimentos dinâmicos, conceitos que se conflitam e se agregam, o que é normal no curso da vida e também na cultura. Então, buscamos congregar tudo isso. Eu penso que para gerir a Casa de Cultura, é preciso ter essa visão, sendo eu ou outro gestor. Além disso, busco extrair dos Chefes das Divisões (de Cinema e Vídeo, de Artes Plásticas, de Artes Cênicas e de Música) quais são seus sonhos, pois os sonhos são muito potentes. Eu preciso me valer desses pilares, sejam simbólicos ou concretos, e inovar. Como a gente inova? Começar a pensar em coisas que aparentemente podem ser utópicas, mas cabe a nós, produtores culturais e artistas, propulsionar essas ideias utópicas.

CC/UEL: Existe algo que você pretende mudar na Casa de Cultura/UEL?

M.K: A fragmentação espacial é um problema. Eu sinto a Casa de Cultura longe do Campus. Isso tem impacto na produção, mesmo que tenhamos pessoas excelentes trabalhando nela, pois, estando longe, uma área tem dificuldades de potencializar a outra. Eu tenho a perspectiva de que devemos dialogar com a comunidade interna e externa da UEL.  Nós temos feito reuniões desde o ano passado para poder propor ações mais integradas, mas acho que se pode sempre melhorar.

CC/UEL: E para 2013, quais as expectativas?

M.K: Pra 2013, eu acho que se conseguiremos unir ainda mais as quatro divisões. Vamos tentar fazer uma programação em que tenhamos mais troca, no sentido de melhorar nossa equipe de produção. Pretendemos também ampliar nossa comunicação com os programas e projetos acadêmicos e científicos, que quer dizer dar espaço para o que a universidade está propondo em termos de pesquisa e extensão. Meu intuito é responder ao que a cidade espera de nós nesse momento.  Além disso, a massa critica da Universidade é a constante para resguardar aquilo que foi construindo historicamente e impulsionar o futuro. Nosso objetivo pensar a UEL como uma instituição que possa contribuir para o desenvolvimento da cidade de Londrina, do estado do Paraná e mesmo em âmbito nacional.

CC/UEL: Como está a programação da Casa de Cultura/UEL para esse ano?

M.K: Os projetos que estamos estruturando, a partir da nossa vocação e da nossa trajetória, assim como os editais como PROEXT, PBID, Pró-docência, dos editais voltados para a realização de eventos, e os festivais que já fazemos parte (de música, de teatro, de dança e de coros), todos esses são parte de uma programação da CC em que vamos manter e melhorar. São pilares que já possuímos historicamente e que aprimoraremos ao longo desse ano.

CC/UEL: E o Filo, como ficará em 2013?

M.K.: No ano passado houve uma adaptação, novamente temos uma que busque achar as soluções. Acredito que a equipe irá pensar em apresentações que, do ponto de vista logístico, se apresentam viáveis. Não traremos espetáculos que necessitariam da estrutura do Ouro Verde, mas temos muitas outras condições para viabilizar as apresentações. Tem muita coisa boa que é possível realizar dentro do contexto de Londrina. Saberemos escolher bem para atender esta situação que é atípica, tem prazo para acabar, mas faz parte da nossa realidade.



 

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