Num bate papo com Magali Kleber, diretora da Casa de Cultura/UEL desde 2012, ela contou as expectativas para 2013. Mantendo os pilares já construídos em outras gestões, a diretora busca inovar para que a Universidade possa contribuir com o desenvolvimento da cidade de Londrina.
Casa de Cultura/UEL: Como é dirigir a Casa de Cultura/UEL em sua gestão?
Magali Kleber: Para gerir
a Casa de Cultura, precisamos compreender sua singularidade. Seu aspecto institucional
é extremamente importante para seu funcionamento e tem de ser impecável na
forma [que é executado]. Os processos administrativos, como convênios com o
Festival de Musica de Londrina, o Festival UNICANTO de Corais, o FILO, a
própria OSUEL com a questão do espaço para apresentações e novas contratações,
requerem muita dedicação e precisão. Eu sou muito ligada aos compromissos
institucionais e entendo que se tratam de processos coletivos, por isso busco me
dedicar integralmente. Só sei trabalhar assim.
Magali Kléber assumiu a diretoria da Casa de Cultura em 2012 |
CC/UEL: Quais questões na Casa de Cultura/UEL você considera
importantes atualmente?
M.K: A questão maior é promover uma política cultural dentro dos
preceitos do que é uma Universidade Pública hoje, pois temos muitos programas
federais estimulando a cultura, tanto do ponto de vista de verbas quanto o de
políticas consistentes, que se fundamentam numa visão de mundo mais aberta, uma
visão cultural com bases antropológicas, que não hierarquiza as culturas. Isso
tudo é um discurso atual. Temos que pensar em uma dinâmica cultural que promova
tudo isso, que também esteja ligada à questão de inclusão e ao acesso, no
sentido de que nossos espaços culturais também devam se universalizar.
CC/UEL: Qual a importância do seu papel na Casa de
Cultura/UEL?
M.K: Eu sou uma mediadora cultural e busco congregar minhas
experiências e relações dentro dos limites da instituição. Para elaborar
projetos é necessário conhecer esses limites, pois até se você deseja
extrapolá-los, você tem que ter conhecimento. Como
mediadora, eu percebo a importância da dimensão burocrático-jurídica, cultural
e dos valores simbólicos [da cultura].
Nós da CC/UEL temos movimentos
dinâmicos, conceitos que se conflitam e se agregam, o que é normal no curso da
vida e também na cultura. Então, buscamos congregar tudo isso. Eu penso que para gerir
a Casa de Cultura, é preciso ter essa visão, sendo eu ou outro gestor. Além
disso, busco extrair dos Chefes das Divisões (de Cinema e Vídeo, de Artes
Plásticas, de Artes Cênicas e de Música) quais são seus sonhos, pois os sonhos
são muito potentes. Eu preciso me valer desses pilares, sejam simbólicos ou
concretos, e inovar. Como a gente inova? Começar a pensar em coisas que
aparentemente podem ser utópicas, mas cabe a nós, produtores culturais e
artistas, propulsionar essas ideias utópicas.
CC/UEL: Existe algo que você pretende mudar na Casa de
Cultura/UEL?
M.K: A fragmentação espacial é um problema. Eu sinto a Casa de Cultura longe do
Campus. Isso tem impacto na produção, mesmo que tenhamos pessoas excelentes
trabalhando nela, pois, estando longe, uma área tem dificuldades de potencializar a outra. Eu tenho a perspectiva de que devemos dialogar com a comunidade
interna e externa da UEL. Nós temos
feito reuniões desde o ano passado para poder propor ações mais integradas, mas
acho que se pode sempre melhorar.
CC/UEL: E para 2013, quais as expectativas?
M.K: Pra 2013, eu acho que se conseguiremos unir ainda mais as
quatro divisões. Vamos
tentar fazer uma programação em que tenhamos mais troca, no sentido de melhorar
nossa equipe de produção. Pretendemos também ampliar nossa comunicação com os
programas e projetos acadêmicos e científicos, que quer dizer dar espaço para o
que a universidade está propondo em termos de pesquisa e extensão. Meu intuito
é responder ao que a cidade espera de nós nesse momento. Além disso, a massa critica da Universidade é
a constante para resguardar aquilo que foi construindo historicamente e
impulsionar o futuro. Nosso objetivo pensar a UEL como uma instituição que possa
contribuir para o desenvolvimento da cidade de Londrina, do estado do Paraná e
mesmo em âmbito nacional.
CC/UEL: Como está a programação da Casa de Cultura/UEL para
esse ano?
M.K: Os projetos que estamos estruturando, a partir da nossa
vocação e da nossa trajetória, assim como os editais como PROEXT, PBID, Pró-docência,
dos editais voltados para a realização de eventos, e os festivais que já
fazemos parte (de música, de teatro, de dança e de coros), todos esses são
parte de uma programação da CC em que vamos manter e melhorar. São pilares que
já possuímos historicamente e que aprimoraremos ao longo desse ano.
CC/UEL: E o Filo, como ficará em 2013?
M.K.: No ano passado houve uma adaptação, novamente
temos uma que busque achar as soluções. Acredito que a equipe irá pensar em
apresentações que, do ponto de vista logístico, se apresentam viáveis. Não
traremos espetáculos que necessitariam da estrutura do Ouro Verde, mas temos
muitas outras condições para viabilizar as apresentações. Tem muita coisa boa
que é possível realizar dentro do contexto de Londrina. Saberemos escolher bem
para atender esta situação que é atípica, tem prazo para acabar, mas faz parte
da nossa realidade.
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