quarta-feira, 27 de maio de 2009

Um compositor legítimo

Edmundo Villani Côrtes destaca-se por suas composições que revelam a música popular brasileira dentro da perspectiva clássica.


Villani é um autêntico compositor brasileiro que em suas músicas faz um passeio do erudito ao popular. A exaltação do Brasil e sua sinceridade são pontos fortes de suas composições

Esta é a primeira visita do compositor à Londrina. Ele já havia conhecido Cícero Cordão, solista e trompetista da Orquestra da Universidade Estadual de Londrina, Osuel, em Ourinhos no ano 2003. Já Helena Herrera, regente da orquestra, o compositor conheceu em 2004 quando ela estreou uma peça que Villani compôs ainda em 1978.

Edmundo Villani-Côrtes atribui a homenagem da Osuel à presença feminina de Elena Herrera na regência da orquestra. Ele diz que somente com mulheres regendo orquestras é que foram realizadas as primeiras versões sinfônicas de sua obra. Assim como, neste mês de maio a Osuel apresentou sua composição de forma inédita no Cine Teatro Universitário Ouro Verde UEL. “Esta é a primeira audição mundial da versão sinfônica em trompete graças ao Cícero Cordão, Elena Herrera”, ressalta Villani-Côrtes.

Sobre a aceitação do público perante sua música, Villani diz que é espetacular, pois sua musica é sincera e tem caráter legitimo. Ele revela que já sofreu preconceitos de alguns eruditos sobre sua música expressar além do clássico, o popular. O compositor também se sente um pouco incomodado com valorização de composições somente internacionais. Na sua obra ele menciona o Brasil, sempre de um jeito legítimo, com citações da música popular do nordeste até o sul do país. “Procuro exaltar a felicidade que tive de morar no Brasil”, afirma.

Edmundo Villani-Côrtes nasceu em 1930 em Juiz de Fora, Minas Gerais. Segundo o compositor, seu primeiro contato com a música vem desde a infância quando tentava tocar cavaquinho. Sempre tirou peças de ouvido, em função disto seu primeiro professor de piano negou-se a dar continuidade a aula. Villani, persistente, continuou sua aprendizagem sozinho.

Aos 17 anos, Villani foi para o Rio de Janeiro e ingressou no Conservatório Brasileiro de Música. Relembra que foi neste período que teve um dos primeiros contatos com orquestra além de freqüentar casas noturnas para observar a habilidade dos músicos e absorver novos truques de piano. Também se apresentava nestas casas, e diz que foi desta vivência prática que se aperfeiçoou em sua habilidade musical.

Somente em 1995 apareceu o primeiro cd com composições de Villani. Hoje, já possui mais de 50 cds gravados em diversos países. Só no ano de 1998 viu ser gravada sua primeira peça sinfônica. Com quase 80 anos, o compositor revela que não se incomoda da aceitação tardia de sua obra. “Eu nunca fiz a música e nem fui ser músico com o intuito de ser famoso” afirma Villani-Côrtes.

Atualmente, Edmundo Villani Côrtes dá aulas na Universidade Livre de Música (SP) e está desenvolvendo composições para musicais, trilha sonora, e um concerto para orquestra.

Villani Côrtes e Janete El Haouli no Centro de Documentação da Casa de Cultura

Doações

Ao visitar a Casa de Cultura na sexta feira, 22 de maio, Edmundo Villani-Côrtes doou partituras e um cd para a o Centro de Documentação da Casa. Segue as doações do compositor:

1. Música contemporânea brasileira: Edmundo Villa-Côrtes(livro e CD)
2. Música contemporânea brasileira: Edmundo Villa-Côrtes(partituras)
3. Dez prelúdios Cinco Interlúdios para piano: Edmundo Villa-Côrtes (2 exemplares)
4. Prelúdio n.º9
5. Papagaio Azul
6. Cinco miniaturas brasileiras (3 exemplares)
7. Luciana Hamond interpreta Edmundo Villani-Côrtes

Dentre a vasta obra do compositor, Villani contribuiu com o acervo do Centro de Documentação da Casa de Cultura

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