Sinopse
Taillandier (Patrick Chesnais) é um famoso pintor, já na casa dos sessenta anos de idade. Um dia, bruscamente, ele para de pintar. Deprimido, ele toma a decisão de ir embora, sem rumo preciso, e sem dar explicações a ninguém. No meio do caminho, ele encontra Marylou (Jeanne Lambert), uma adolescente rejeitada pela mãe. Logo os dois se tornam próximos, como pai e filha, e passam a viver juntos.
*Não recomendado para menores de 14 anos
Crítica
por Carolina Braga*retirada do link http://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2013/03/29/noticias-cinema,141317/relacao-transformadora.shtml'Sejam muito bem-vindos' promove
encontro inusitado que modifica caminhos
Jeanne Lambert, que estreia em cinema, e o veterano
Patrick Chesnais mostram química em cena
A recente filmografia francesa chama a atenção para a variedade de propostas cinematográficas que andam sendo feitas por lá. Aliás, diversidade nunca faltou. Mas para quem pensa que a produção do país é necessariamente restrita aos extremos – drama pesado de um lado e comédias leves do outro –, 'Sejam muito bem-vindos', a estreia desta semana, é a prova de que há um meio termo nisso. Inclusive, exemplares desse “tipo” francês têm feito muito sucesso, vide longas como 'Os intocáveis' (2011), 'E se vivêssemos todos juntos' (2012).
Escrito e dirigido por Jean Becker (também responsável pelo bem-sucedido 'Minhas tardes com Margueritte', de 2010), é a história de um experiente pintor em crise criativa. No auge da depressão, Taillandier (Patrick Chesnais) resolve abandonar família e trabalho para partir em busca de si mesmo. Literalmente no meio do caminho, conhece a adolescente Marylou (Jeanne Lambert), expulsa de casa pela mãe, depois de crise com o padrasto. Sim, a trama é meio trivial mesmo, aquela coisa do encontro que modifica os protagonistas.
Não é a primeira vez que Jean Becker trata disso e novamente o faz com absoluta despretensão. Eis o principal mérito do filme. É uma história banal, sem surpresas e que, ainda assim, guarda certa profundidade no que o diretor pretende discutir. Becker deixa claro o quanto uma relação sincera – independentemente de sua natureza – pode ser transformadora.
Leveza é característica importante no longa. Apesar de falar sobre crise existencial, violência familiar, por exemplo, Jean Becker não abre mão de certo lirismo para abordar esses temas. 'Sejam muito bem-vindos' não traz qualquer inovação em sua narrativa. É tradicional, nos planos, nos cortes e até mesmo na trilha sonora. Se nem mesmo a trama se funda em reviravoltas, a delicadeza com que os dois protagonistas constroem a amizade é cativante. Muito disso se deve à química que os atores demonstram na tela.
Generosidade, no caso, não parece ser algo restrito a Taillandier e Marylou, mas também ponto forte da troca entre o veterano Patrick Chesnais, um dos mais respeitados de sua geração, e a estreante Jeanne Lambert. A despeito de toda a diferença de currículo – ele com 118 trabalhos; ela, na primeira experiência – a dupla de atores exibe impressionante equilíbrio em cena. É difícil não acreditar na sinceridade dos dramas de cada um.
Serviço
Cine Com- Tour (Avenida Tiradentes, 1241 - Londrina)
Sessões: às 16h e às 20h30min
Ingressos: R$12 e R$ 6 (meia)
Sessões: às 16h e às 20h30min
Ingressos: R$12 e R$ 6 (meia)